segunda-feira, 15 de junho de 2009

Chegada a Marte

O processo que conduziu à primeira alunagem humana, em 1969, remonta pelo menos a 1957. A 14 de Outubro desse ano, um grupo de engenheiros soviéticos lançava um foguetão do cosmódromo de Baikonur, colocando assim em órbita terrestre on primeiro projecto de veículo espacial fabricado pelo homem, ou seja, o primeiro satélite artificial. Curiosamente, a única forma de comprovar o êxito dos cientistas era aguardar durante cerca de 90 minutos, o tempo necessário para que o aparelho completasse uma órbita em torno da terra. Volvida uma hora e meia, os autores do lançamento captavam os sons emitidos pelo transmissor do ‘Sputnik 1’ (que significa satélite em russo). A União Soviética tinha colocado em órbita o primeiro satélite artificial da história. A era espacial tinha começado.

A repercussão desta viagem orbital foi enorme, nomeadamente nos Estados Unidos da América. Com efeito, estava-se em plena guerra-fria e o simples facto de o inimigo ter a capacidade para colocar no espaço um satélite trazia consequências consideráveis quer ao nível psicológico, quer aos níveis estratégico e propagandístico.

As eleições presidenciais de Novembro de 1960, das mais disputadas na história dos Estados Unidos, colocaram frente-a-frente dois candidatos que iriam ficar na história por diferentes e múltiplos motivos: John F. Kennedy e Richard Nixon. E a política espacial foi um dos mais importantes temas do debate presidencial, sabendo John Kennedy rentabilizá-lo em seu proveito. Em Maio de 1961, em resposta à colocação em órbita de um ser humano, Iuri Gagarin, pela União Soviética, solicita ao Congresso Americano, os meios necessários para enviar um homem à lua e trazê-lo de regresso à terra, antes do fim da década. Nascia o programa Apollo, que teve o seu momento de glória em Julho de 1969, com o cosmonauta Neil Armstrong a pisar o solo lunar.
Paralelamente e porque Marte, o planeta vermelho, vizinho cósmico da terra, também despertava a curiosidade do Homem desde épocas remotas (os romanos atribuíram-lhe este nome, em honra ao deus da guerra e os antigos egípcios chamaram-lhe Her Descher que significa o vermelho), foram desenvolvidas diversas missões que revelaram tratar-se de um mundo muito parecido com o nosso e onde poderia existir vida microscópica.
Antes da exploração espacial, Marte era considerado o melhor candidato a ter vida extra-terrestre. Os astrónomos pensaram ver linhas rectas que se cruzavam na superfície. Isto levou à crença popular que seres inteligentes construíram canais de irrigação. Em 1938, quando Orson Welles transmitiu uma novela por rádio baseada num clássico de ficção científica A Guerra dos Mundos de H.G. Wells, muita gente acreditou na história da invasão dos marcianos, criando um clima de pânico.
Marte foi um dos astros mais visitados por naves não tripuladas. A primeira a entrar na sua órbita foi a Mariner 4, em 1965. A primeira aterragem na superfície marciana foi efectuada em 1971 pela sonda Mars 2. Cinco anos mais tarde chegaram a este planeta as sondas Viking 1 e 2.

A exploração de Marte foi retomada com a missão Mars Pathfinder (1997), que levou para o planeta vermelho um pequeno robot que explorou a sua superfície e nos enviou dados sobre a morfologia das rochas. Em 2004, mais dois robots chegam a Marte: o Spirit e o Opportunity, que enviaram diversas imagens da paisagem marciana. Um dos seus principais objectivos é também a investigação sobre a possibilidade da presença de microrganismos que suportassem condições extremas ou evidências de vida no passado.

Em 26 Maio de 2008, após uma viagem de 680 milhões de quilómetros, e que teve início a 4 de Agosto de 2007, a sonda da
NASA Phoenix pousou na superfície árctica do planeta Marte.

Esta nova sonda é composta por vários instrumentos, entre os quais se encontra um braço robotizado, que é usado para obter amostras do solo marciano e que são analisadas por um laboratório que a Phoenix alberga. O objectivo da missão é perceber quais as condições químicas do solo nesta região do planeta vermelho.

Os mistérios ainda são muitos …

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