sábado, 20 de junho de 2009

Cinema No Museu Arte Contemporânea de Serralves

Em Julho de 2008, integrada nas comemorações do centésimo aniversário do cineasta Manoel de Oliveira, o Museu de Arte Contemporânea de Serralves inaugurou uma grande exposição sobre a obra de Manoel de Oliveira.
A exposição, comissariada por João Fernandes, director do Museu de Serralves, e por João Bénard da Costa, director da Cinemateca Portuguesa, recentemente falecido, apresentou diversos excertos dos filmes de Oliveira, constituindo a primeira grande ocasião para todos os públicos conhecerem a sua obra.
A mostra foi acompanhada, de 18 de Setembro a 9 de Novembro do mesmo ano, por um ciclo de cinema, no Auditório do Museu de Serralves, com todos os filmes que Manoel de Oliveira tinha realizado até ao momento, juntamente com outros filmes marcantes da história do cinema que contextualizam a sua obra.
Considerado como uma das figuras da cultura portuguesa com maior dimensão universal, Manoel de Oliveira viu o seu trabalho ser reconhecido em inúmeros ciclos e festivais.
Entre os numerosos prémios que recebeu destacam-se aqueles com que foi distinguido por importantes festivais de cinema como os de Cannes, Veneza, Locarno ou Berlim.

No texto de apresentação da exposição divulgado na altura pela Fundação de Serralves, podíamos ler o seguinte:
"A sua obra, que começou na área do cinema documental e passou depois para o campo da ficção, reflecte também uma vida única e original, que se projecta nos seus filmes, já que Manoel de Oliveira sempre assumiu a sua vida como uma inesgotável fonte de experiências, resultado de uma personalidade excepcional cuja vitalidade surpreende todos quantos com ele se encontram".
Esta primeira mostra do trabalho do cineasta no formato expositivo foi focada no modo como, ao longo da sua carreira de mais de 70 anos, Manoel de Oliveira reinventou o cinema através de uma linguagem cinematográfica única.
Temas fundamentais na obra de Oliveira, como o Teatro dentro do Cinema, ou a relação entre o Cinema e a Literatura, foram apresentados através de excertos de filmes e diversificada documentação, como cartazes, fotografias, desenhos preparatórios e outros materiais, tais como utensílios, adereços e cenários que o realizador utilizou nos seus filmes.
Foi ainda editada uma publicação que, além de divulgar o trabalho do realizador, funciona também como ferramenta teórica de reflexão sobre a sua obra, e que conta com as contribuições de reputados especialistas das várias áreas focadas pelo seu cinema, da literatura ao teatro e às artes visuais.
A exposição contou com um vasto programa de actividades paralelas, nomeadamente a realização de um Simpósio Internacional dedicado à obra do cineasta e mais uma vez demonstrou o brilhante papel que a Fundação Serralves ao nível da cultura em geral e da arte contemporânea em particular.

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